Depois de todo aquele papo de recomeçar esperava-se que eu fosse postar assiduamente, mas aconteceu exatamente o oposto: eu sumi. Mas como diria Fidel Castro "Condena-me, não importa, a História me absolverá" e ela realmente vai, já que eu tive uma semana muito atribulada -mesmo que todas as semanas de vestibulandos sejam sempre assim. Enfim, depois de sofrer com a ausência de fim de semana (tive simulado ENEM no sábado e no domingo), resolvi fazer uma postagem. Fiquei em dúvida sobre o assunto que iria retratar, mas com o encaixe perfeito da frase do Fidel e a aproximação entre Estados Unidos e Cuba, resolvi falar de Revolução Cubana. 

Meu sentimento em relação ao país sempre foi um dos piores, visto que eu abomino a censura. Este sentimento é encontrado em boa parte da população e isso se deve ao fato de que infelizmente essa é a imagem propagada por boa parte da mídia. Quero deixar claro que não venho por meio desta postagem exaltar Fidel e suas atitudes como ditador, mas depois de uma aula maravilhosa e de pesquisas sobre o assunto, cheguei a conclusão de que esta revolução é importante simbolicamente, afinal a pequena ilha de Cuba, derrotou ideologicamente a maior potência do mundo. Para entender melhor o assunto, vou apresentar um resumo sobre a revolução cubana:

Fulgencio Batista  (16/01/1901 – 06/08/1973)

Em 1888 Cuba conseguiu sua independência da Espanha com a ajuda dos Estados Unidos.Essa ajuda se deu devido ao interesse americano na posição estratégica de Cuba e sua grande produção de açúcar, contudo a ajuda dada não saiu de graça e em troca do apoio militar e econômico os americanos ganharam o direito intervir nos assuntos internos, por meio da emenda Platt. Com isso, Cuba se torna quintal dos EUA e a instalação de cassinos, o aumento da prostituição, a concentração fundiária e a miséria foram eminentes. Com a constante insatisfação da população, os norte-americanos decidem "abandonar" o país, mas em seu lugar deixam o ditador Fulgêncio Batista, o que piora o panorama cubano. 

Fidel e a oposição á Batista marcham em Havana.

A resistência de Fidel: Tenta utopicamente tomar o poder ao atacar o quartel Moncada em Julho de 1953, mas acaba preso e depois exila-se no México, onde funda o movimento de resistência conhecido como MR26 (Movimento Revolucionário 26 de Julho), ao qual o argentino Ernesto "Che" Guevara integra-se. Já no ano de 1956 Fidel retorna a Cuba com seus aliados e se instalam na região de Sierra Maestra, no local o número de aliados se expande para mais de dez mil e uma guerrilha começa a se formar. 

Che Guevara e Fidel Castro realizando discurso de retorno.

Com o grande descontentamento do povo, a perda do apoio norte-americano e o grande número de guerrilheiros, Batista é derrotado e foge para o exílio e Fidel ao lado de Raúl e Che assumem o poder em  1959. Os EUA escolheram não intervir porque não consideravam Fidel Castro como ameaça (não tinha vertentes socialistas), mas se arrependeram amargamente, já que as primeiras medidas de Castro consistiram em revogar a emenda Platt, estatizar empresas, iniciar a reforma agrária e confiscar contas estadunidenses.  

Tal atitude cubana gera ódio nos Estados unidos e tudo se agrava quando em 1960 a pequena ilha passa a fazer relações comerciais com União Soviética, esta associação é imprescindível para o investimento em educação e saúde. Como resposta à Fidel, em 1961 Exilados cubanos treinados pela CIA planejam a tentativa de invasão da baía dos Porcos, com o objetivo de derrubar o governo, mas a ação é contida e o ódio norte americano aumenta. 

Com medo de uma nova invasão, Cuba pede ajuda para a URSS que vê como alternativa à instalação de uma base militar abastecida de mísseis. Os americanos reagem e instalam mísseis na Turquia, com a premissa de uma guerra nuclear, tal episódio fico conhecido como a crise dos mísseis de 1962. Quando o "fogo abaixou", o Estados Unidos ainda estava sedento de vingança e a encontrou conforto com o embargo econômica e a dissolução da OEA. Tal episódio fico conhecido como "A crise dos mísseis"

Obama e Raúl Castro na cerimônia de abertura das embaixadas

Contudo, Cuba continuou se mantendo da troca petróleo-açucar com a União Soviética o que proporcionou investimentos em saúde e educação, até que em 1991 a ilha perde seu principal aliado comercial com a dissolução da URSS e entra de cabeça em uma crise econômica, fazendo com que o governo tome atitudes aústeras. No ano de 2008, depois de 49 anos no poder Fidel Castro renuncia à presidência e aponta seu irmão Raúl Castro como sucessor. Raúl toma atitudes liberalizantes ao abrir a economia do país e ao aproximar-se do governo estadunidense de Barack Obama em 2009. No presente, Cuba vem se aproximando de diversos países como Venezuela, Brasil e até mesmo os Estados Unidos. No entanto, o fim do embargo norte-americano é pouco provável, em razão de este fazer parte da constituição dos EUA.