A xenofobia na vida do brasileiro


Esta é uma postagem atípica, eu não planejei escrevê-la ou postar alguma coisa no dia de hoje. Entretanto, um curioso caso do meu dia me chamou a atenção e eu não pude deixar passar despercebido: a imagem negativa do Brasil perante o mundo, mais do que isso, o pré-julgamento errôneo que boa parte da população estrangeira faz de nós. 



É equívoco apontar que essa "recente" postura dos outros países tem a ver apenas com a crise econômica e com os escândalos de corrupção. A verdade é que o Brasil e seu povo sempre foi subjugado pelo resto do mundo, desde sua formação histórica. Fomos por muito tempo uma colônia, alcançamos nossa independência através de uma transação econômica (só para continuar ainda mais dependentes), adotamos a monarquia como modelo político vigente quando a maioria dos países já eram republicanos... Há inúmeros fatos históricos que fazem com que norte-americanos, franceses, portugueses, alemãs e muitos outros se sintam superiores a nós. 



Além do papel histórico, ainda existe a consequência midiática na construção da imagem do país, afinal, como esquecer a visita de Walt Disney e sua retratação do brasileiro "típico" por meio do personagem Zé Carioca, um papagaio malandro e preguiço? Ou que ao mesmo tempo Carmem Miranda alcançava sucesso no exterior e na medida em que ganhava olhares de admiração, também ganhava a repressão da classe conservadora? É inegável que tais retratações não são infundadas, porém, a generalização e a persistência dessa imagem faz com que os casos de xenofobia contra brasileiros percorram o mundo, e, por vezes, sem precisar sair de casa, visto que as redes sociais são uma nova aliada dessas práticas.



A questão é que  milhares de pessoas sofrem com um esteriótipo que foi criado anos atrás (e ainda é vendido como verdade por muitos), mulheres são assediadas constantemente quando vão estudar ou trabalhar fora do país porque muitos presumem que a brasileira é "fácil", trabalhadores são menosprezados e precisam provar constantemente sua capacidade porque aparentemente não somos tão capazes quanto os outros estrangeiros. Estes casos apenas se intensificam e alcançam seu expoente em países como Estados Unidos, Portugal e Espanha, provavelmente porque o primeiro nos vê como um quintal e os últimos não aceitam que o Brasil progrediu ao ponto de se tornar a sétima maior economia do mundo. 



O que torna este caso mais agravante é que há pouco que possamos fazer para mudar esta realidade, resta á gestão pública investir mais em ciência e educação. para só assim sermos reconhecidos por algo além de futebol e carnaval. Contudo, isso não é uma garantia já que o passado colonial nunca será completamente esquecido, e o racismo, a xenofobia e a agressão contra o brasileiro continuarão, mesmo que mascarados. A alternativa é ter esperança nas poucas pessoas que veem o brasileiro por cima da conotação pejorativa e escolhem jugá-lo pelo o que realmente o é, ou promover atitudes que causem admiração no resto do mundo. De qualquer modo, a extinção da xenofobia é uma utopia, dado que é um fenômeno global, em maior ou menor grau dependendo da localidade e que inclusive é direcionada não só ao externo, mas também á regiões de um próprio país.



Ainda que acabar com a xenofobia seja um sonho distante, existem meios acessíveis de não propagá-la, a exemplo da campanha brasileira que visa combater essa prática, proposta pelo Ministério da Justiça, esta apresenta-se como uma campanha voltada para as redes sociais e a partir da utilização de hashtags (#EuTambémSouImigrante e #XenofobiaNãoCombina) e apoiando-se no lema “Brasil, a imigração está no nosso sangue”, espera-se que o país seja mais tolerante ao abrigar os refugiados. É sabido que tal medida não conterá os inúmeros casos de nativismo que o nosso povo sofre, porém, propagar o ódio contra os imigrantes não vai ser uma maneira de reverter este cenário. Deste modo, a melhor escapatória é honrar o posto de país que acolhe todos e a partir disso ir criando um novo nome para o nosso Brasil.



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